VISITANTES

OLHOS (Wilson Macêdo Jr.)

Para Lília Mercedes


O que há nesses olhos?
Oculares esfinges a ponto
de me devorar. Não digo.
Fujo e não respondo.

Segredos de minha ausência,
Quando teus olhos ainda não
miravam os meus. Não no
tempo que eras desconhecida.

Esses olhos... o que vai por aí?
Vestígios de dor e condolência.
Mas pelo que lacrimejam esses
olhos? Mistério! Peço clemência!

O que vejo não sei ocultar.
Devo abrir mão de tal escolha?
Devo manter-me em mudez?
Esses olhos... tanta lucidez...

O que há nesses belos olhos
onde habitam minhas indagações?
Quebra-cabeça tão desafiante,
Minhas elucidações não são o bastante.

O que vejo nesse olhos, vejo.
Mas não leio as inscrições crivadas
de enigmas. Leria eu tais segredos
se a ti conhecesse há tempos?

Ah... esses melancólicos olhos...
Reservam perguntas, elucidações
mistérios de outrora. Mas já passa
da hora de se abrirem e viverem.

O que esconde esses olhos?
O que vai tão distante aí?
O que se passa nesses olhos?
Inconveniente eu, tento descobrir.

2 comentários:

Parabéns Wilson, pelo belo poema e parabéns a Lília, pelo aniversário e pelos olhos enigmáticos, tua fonte inspiradora!

 

"les yeux sans visage...eyes without a face" (8)
*lembrando.


wilson, meu filho... você escreve demais.
sua fã. \o/


bisous.