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A MONTANHA

Triste é a tarde morrendo na montanha.
Triste é a história escondida além.
Contam-se casos das heresias dos ventos,
Que por ali não circulam já há tempos.

Sofre cada folha não caída da estação perdida,
Sofre triste montanha sem seus arvoredos.
Escura mais do que escura por ali decai tardia,
A esperança das histórias ali esquecidas.

Nem um canto da mais solitária ave cantadeira,
Nem um suspiro da última morte prematura.
Por ali nada vai mais além da tristeza escondida,
Por ali nada caminha, no caminho da vida não vivida.

Triste é a tarde morrendo sem sentir.
Triste são os olhos que lá habitam.
Nada é nada, em triste esquecimento,
Da montanha que se ergueu sem vida.

E os que passam deixam-se tomar,
Pela devastação da pureza desnuda.
Triste é a solitária esquecida montanha,
Que ergueu-se um dia, à procura de vida.

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