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ÚLTIMA PARADA, 174


Nem tudo são flores no cinema nacional. Ainda bem, pois são com os erros que se aprende. Mas Bruno Barreto teve a chance de fazer uma obra prima e passou batido. Levar para a telona uns dos sequestros mais dramáticos já televisionados no país, tinha tudo para dar certo, mas não foi o que aconteceu. Tudo bem que o sequestro em si não era necessariamente para ser o centro da questão, mas deixou a desejar. Não há emoção alguma na sequência. Ao contrário do documentário de José Padilha Ônibus 174. Contar a história de Sandro Nascimento era essencial e o erro maior foi transformar a chacina da Candelária em uma sequência sem muita importância, sendo o personagem principal um dos poucos sobreviventes. O que surpreende é o roteiro de Bráulio Mantovani que fica aquém do esperado, já que é responsável pelos roteiros de Cidade de Deus, que concorreu ao Oscar, o excelente Tropa de Elite, e Linha de Passe. O que alivia é o bom trabalho de interpretação de todo o elenco, de atores profissionais e semi-profissionais. Mas não chega a ser o bastante para tornar o filme em uma grande obra. Bruno Barreto parece perdido, como se buscasse algo novo. Ao sequestrar o ônibus 174, Sandro é encurralado em uma rua e mantém refém os passageiros, acabando em tragédia com a morte da passageira Geisa em início de gravidez. O filme foi inscrito para representar o Brasil no Oscar. Vamos torcer, mas o que sobra em filmes como Cidade de Deus e Tropa de Elite, falta em Última Parada 174: originalidade.

NOTA: 5

Nome: ÚLTIMA PARADA 174
Ano: 2008
Elenco: Michel Gomes, Marcello Melo Jr., Cris Vianna
Direção: Bruno Barreto
Gênero: Drama
Duração: 114 min.

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