
Se tu não estivesses tão longe,
poderia tomar-me de sorte,
e tocar-te mesmo fria que fosses.
Do teu pó e do teu chão branco,
formam-se meus sonhos negros,
Minhas quietudes em chama.
Tu nasces e morres em cada noite,
Em cada despetalado verso na rua,
Ficas por aí que admiro-te daqui,
Lua.
Lua.
Lua.
Foges quando na madrugada abro os olhos.
Se chovessem lágrimas, por assim dizer,
seria chuva minha, do que resta da noite.
E quando torna-te eclipse do paradoxo,
Minh'alma desliza pelos cantos atordoada,
E os sonhos vêm buscar o meu despertar.
E nas clareiras que cobrem minha janela,
O teu brilho embriaga as coisas daqui.
Estendo a mão. Nada acontece.
Apenas chuva na rua.
Teu brilho na chuva.
Tua chuva de luz.
0 comentários:
Postar um comentário