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VÔO ESBRASEADO (Wilson Macêdo Jr.)




Minha amarga sorte me jogou aos leões.
A noite tragou minhas forças e meu segredo,
Doce amada na chuva conheceu meu medo.
Em tal momento eu me afogava em ilusões.

Nem estrelas, nem lua para ali decifrar,
As coisas acanhadas que eram proferidas.
Aquelas trêmulas palavras tão sofridas,
Minha boca sem juízo estava a libertar.

Doce é a morte da esperança que não nasceu,
Livre é aquele que de amor nunca se perdeu,
Liberto é esse tonto poeta que rima.

Bato as asas em vôo solitário e perdido.
Correm essas horas do meu tempo esquecido,
E esbraseiam meu coração que feneceu.

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