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SILÊNCIO DECLARADO (Wilson Macêdo Jr.)




Minhas retinas fatigadas de tanta contemplação,
Perdem a luminosidade de uma era romanesca.
De tanto te olhar em ato impensado de veneração,
Vai-se o amor, o que fica é ladainha pitoresca.
Canto, canto e o fato é que não me esqueço.
Fere a ferina palavra escoada na rua perdida,
Sangra o segredo que corre na mente aturdida,
E quanto à insanidade, finjo que não a mereço.

No livre e obsessivo ato de em ti pensar,
Perco-me em palavras de almas acorrentadas,
Escondo-me sob o fato de oculto amar.
Mas é o fim da tarde com lua anunciada.
Espero ver nos teus olhos um lindo acenar,
Para a minha declaração de amor silenciada.

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