
Durmam segredos ignóbeis, ao relento da culpa.
Expandam-se no adormecer das verdades e no
baile de máscaras da vida, no triste ato de viver.
Escondam-se nas gargalhadas pelos ventos levadas,
Revelem-se ao meu adormecer nunca às alvoradas.
Fiquem nas linhas escritas, nas criptografias
Manchadas por lágrimas, nas falantes páginas
e nos versos presos na consciência já atormentada.
Avante segredos! Derramem sobre mim o fim cortante.
Façam dos meus pulsos rios abertos de impuro sangue,
Façam-me calar antes que os corretos aqui me encontrem.
As aparências já não discutem regras, apenas me guiam.
As melancólicas melodias desse inverno partem agora.
Não reluto mais, quero conhecer o maior dos medos,
E afogar-me no rubro líquido que goteja no piso branco
[agora vermelho
E libertar-me das ânsias, dos ascos, dos meus segredos.